Estou aqui há dois dias. Totalmente isolada do mundo exterior, resta-me tentar comunicar com as manas. Mas eles são muito inteligentes, estes tigres-vampiros que me rodeiam. Mais poderosos e argutos que as raças antigas, sinto que criaram barreiras de sons e imagens à volta de todo este sítio. Esforço-me por conseguir focalizar, ergo à Deusa uma prece e imploro o seu auxílio. Dentro de mim, tenho esta certeza que se alguma mesangem conseguir passar para o exterior, mais não será que um conjunto desordenado de frases fragmentadas.
Bato com os punhos na tampa do caixão de vidro. Tenho fome, e calor. Preciso urgentemente de mergulhar no mar fresco da minha praia, de escapar a estas paredes que me encerram longe daqueles que amo.
O meu carcereiro sorri-me para lá do vidro. Tem um focinho simpático, eu sei. E umas pernas fantásticas, lol. Mas ainda estou por descobrir quais as suas verdadeiras intenções para lá daqueles insondáveis olhos azuis, aparentemente tão risonhos e amigáveis. Por entre as garras, tem uma bandeja. Poisa-a e ajuda-me a sair do caixão. Gentilmente, conduz-me a um sofá e deposita a bandeja sobre as minhas pernas. Eu, fico a olhar para dois hamburguers, cola, gelado… suspiro. Devo simplesmente comer ?
Quando levanto o olhar, para lá da janela vejo a flutuar no ar um esquadrão inteiro de naves de guerra. Lilases. Flamejantes de luz e brilhos. Cautelosamente, desvio os olhos e finjo observar a comida com atenção. Na minha mente, vejo formarem-se letras… a… f… t… e… r… Tento descobrir-lhes o significado. Em vão… Fecho os olhos e tento enviar novamente uma mensagem. Socorrooooo !
(a continuar… ou não, lol)
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