Deserto*

Em véspera de férias, estive pela minha praia a acabar de arrumar a casa, não só porque estava mesmo a precisar, mas também porque pouco mais havia para fazer (e diga-se de passagem que a disposição para festas também não era muita). Assim, depois de ter feito umas comprinhas e carregado com alguns calhaus, posso dizer que as moitas estão prontas. Pelo menos até à próxima.
Mas não é para falar de mim e das minhas obras que aqui estou; o facto é que Portucalis estava praticamente deserto e, mais uma vez, quando estava quase a vir-me embora, apareceram as visitas. Dois deles, pessoinhas recentes ali no nosso canto e, logo a seguir, após ter feito o que toda a gente deveria fazer antes de aparecer, que é perguntar se pode, o mais antigo residente de Portucalis.
Nada disto seria de mais se não fosse a queixa, cada vez mais habitual por ali: “Não há ninguém para conversar.” E, lamentavelmente, isto é cada vez mais verdade. Uns ocupados, outros de costas voltadas, outros em festas eternas e já ninguém se vê. Muito menos fala. Parece quase, quase, uma cópia perfeita da RL. Será mesmo isto que queremos para o segundo mundo?
Em véspera de férias, ‘bora lá reflectir?

*às vezes, ser o único ponto verde no deserto tem as suas vantagens… *winks